o novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar - 2009
E AGORA, O QUE SERÁ QUE ALMODÓVAR PRETENDE
COM OS SEUS "ABRAÇOS PARTIDOS"?
Marco Túlio de Urzêda Freitas
Abraços de amor, de paixão, de dor, de saudade ... São esses os tipos de abraço que pude observar nas cenas da primeira versão do trailer de Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos), o novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Alguns críticos de cinema dão conta de que a nova produção de El Deseo tem tudo para dar certo. Outros alegam que o referido diretor não está na melhor fase de sua carreira. Eu, particularmente, acredito que estamos prestes a tomar conhecimento de uma história no mínimo intrigante e provocativa.
Tal como em A Lei do Desejo (La Ley del Deseo - 1987), Tudo Sobre Minha Mãe (Todo Sobre Mi Madre - 1999), Fale com Ela (Hable con Ella - 2002), Má Educação (La Mala Educación - 2004), entre tantos outros, Almodóvar parece nos convidar mais uma vez a refletir sobre o estranho, o proibido e o "absurdo" nas relações humanas. Afinal, é nessa proposta de transgressão que residem suas críticas mais contundentes às normas de regulação da vida social, entre as quais se destacam a repressão dos desejos e o adestramento dos corpos.
O mais interessante é que já no trailer de Abraços Partidos, Almodóvar nos possibilita notar a presença de alguns elementos típicos de sua obra, tais como a complexidade do roteiro e o jogo de cores fortes (vermelho, amarelo, verde, azul etc) colocadas em contraste nos mesmos cenários para dar um tom de fantasia ao realismo das ações e dos diálogos proferidos pelas personagens. Além disso, novamente teremos o prazer de contemplar o talento de Penélope Cruz na pele de mais uma das lendárias "mulheres de Almodóvar". Após dar um banho de interpretação como a forte Raimunda de Volver (2006) e a desvairada Maria Helena de Vicky Cristina Barcelona (2009), a bela promete arrancar elogios da crítica ao viver os conflitos de uma mulher em busca de seu primeiro trabalho como atriz.
Outro destaque do longa se concentra na trilha sonora, que desta vez, além das músicas de língua espanhola, traz a gravação de Werewolf (Michael Hurley) por Cat Power (2003). Na verdade, esta é uma característica do estilo "pós-colonial" de Pedro Almodóvar: unir diferentes línguas para compor os temas musicais de suas histórias. Nada de "opressão linguística"! A questão, como já mencionado, recai sobre a liberdade criadora do artista, que não vê limites históricos, culturais e geográficos que possam desviar o foco e a essência de sua obra.
Por tudo isso, acredito que Abraços Partidos será mais um grande sucesso de bilheteria. Ponto para o cinema europeu? Não! Ponto para a Arte e para os/as admiradores/as incondicionais do melhor estilo Almodóvar! Abaixo, segue a versão do último trailer divulgado pelo site Youtube. A todos/as, uma boa experiência de reflexão!
Tal como em A Lei do Desejo (La Ley del Deseo - 1987), Tudo Sobre Minha Mãe (Todo Sobre Mi Madre - 1999), Fale com Ela (Hable con Ella - 2002), Má Educação (La Mala Educación - 2004), entre tantos outros, Almodóvar parece nos convidar mais uma vez a refletir sobre o estranho, o proibido e o "absurdo" nas relações humanas. Afinal, é nessa proposta de transgressão que residem suas críticas mais contundentes às normas de regulação da vida social, entre as quais se destacam a repressão dos desejos e o adestramento dos corpos.
O mais interessante é que já no trailer de Abraços Partidos, Almodóvar nos possibilita notar a presença de alguns elementos típicos de sua obra, tais como a complexidade do roteiro e o jogo de cores fortes (vermelho, amarelo, verde, azul etc) colocadas em contraste nos mesmos cenários para dar um tom de fantasia ao realismo das ações e dos diálogos proferidos pelas personagens. Além disso, novamente teremos o prazer de contemplar o talento de Penélope Cruz na pele de mais uma das lendárias "mulheres de Almodóvar". Após dar um banho de interpretação como a forte Raimunda de Volver (2006) e a desvairada Maria Helena de Vicky Cristina Barcelona (2009), a bela promete arrancar elogios da crítica ao viver os conflitos de uma mulher em busca de seu primeiro trabalho como atriz.
Outro destaque do longa se concentra na trilha sonora, que desta vez, além das músicas de língua espanhola, traz a gravação de Werewolf (Michael Hurley) por Cat Power (2003). Na verdade, esta é uma característica do estilo "pós-colonial" de Pedro Almodóvar: unir diferentes línguas para compor os temas musicais de suas histórias. Nada de "opressão linguística"! A questão, como já mencionado, recai sobre a liberdade criadora do artista, que não vê limites históricos, culturais e geográficos que possam desviar o foco e a essência de sua obra.
Por tudo isso, acredito que Abraços Partidos será mais um grande sucesso de bilheteria. Ponto para o cinema europeu? Não! Ponto para a Arte e para os/as admiradores/as incondicionais do melhor estilo Almodóvar! Abaixo, segue a versão do último trailer divulgado pelo site Youtube. A todos/as, uma boa experiência de reflexão!
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